Oswald de Andrade
Senhor Que eu não fique nunca Como esse velho inglês Aí do lado Que dorme numa cadeira À espera de visitas que não vêm (Primeiro caderno do aluno de poesia)
Nasceu no dia 11 de janeiro de 1890 na cidade de São Paulo, José Oswald de Sousa Andrade, filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade.
Iniciou seus estudos em 1900, na escola modelo Caetano de Campos, em 1901 vai para o ginásio Nossa Senhora do Carmo, e tem como colega Pedro Rodrigues de Almeida, o “João de Barros”. Em 1903, transfere-se para o colégio São Bento, onde tem como colega, o futuro poeta modernista Guilherme de Almeida. Em 1905, com São Paulo em ebulição, surge o bode elétrico, a rádio, a propaganda, o cinema, ele participa da roda literária de Indalécio Aguiar, da qual faz parte o poeta Ricardo Gonçalves. Em 1908, conclui os estudos no colégio São Bento, onde se forma em Bacharel em Humanidades.
Em 1909, inicia sua vida no jornalismo, como redator e crítico teatral do Diário Popular, assinando a coluna “Teatros e Salões”. No mesmo ano, ingressa na faculdade de direito.
Em 1910, monta um ateliê com o pintor Oswaldo Pinheiro, conhece o Rio de Janeiro e fica hospedado na casa de seu tio, o escritor Inglês de Souza. Passa o primeiro natal longe da sua família em Santos.
No ano seguinte, com a ajuda financeira de sua mãe, funda “O Pirralho”, cujo primeiro número é lançado em 12 de agosto, tendo como colaboradores Amadeu Amaral, Voltolino, Alexandre Marcondes, Cornélio Pires e outros.
Conhece o poeta Emílio de Meneses, de quem se torna amigo. Lança a campanha civilista em torno de Ruy Barbosa. Passa uma temporada em Baependi, Minas, nas terras da família de seu avô.
Em 1912, viaja a Europa, durante a viagem conhece a dançarina Helena Carmen Hosbale, a quem batiza em Milão como Carmen Lydia. No dia 6 de setembro, em São Paulo, morre sua mãe, ele retorna ao Brasil, trazendo consigo a estudante francesa Kamiá (Henriette Denise Boufflers), reassume sua atividade de redator em O Pirralho, onde publica crônicas com o pseudônimo de Annibale Scipione.
No ano seguinte participa de reuniões da Vila Kirial, onde conhece o artista plástico Lasar Segal. Escreve A Recusa, dama em três atos.
Nasce seu filho José Oswald Antônio de Andrade, com Kamiá, em 1914. Torna-se Bacharel em ciências e letras, pelo colégio São Bento. Cursa filosofia no Mosteiro São Bento. Em 1915 torna-se membro da sociedade Brasileira dos Homens de Letras, fundada por Olavo Bilac. Chega ao Brasil a dançarina Carmen Lydia, com quem tem um conturbado romance.
Em 1916, publica em A Cigarra, o primeira capítulo e depois, lança com Guilherme de Almeida, as peças teatrais “Theatre Brésilien – Mon Coeur Balance” e “Leur Âme”, faz a leitura das peças em vários salões literários de São Paulo. Publica trechos de “ Memórias Sentimentais de João Miramar” passa a colaborar diariamente em “A Vida Moderna”, volta a estudar direito, cujo curso havia interrompido em 1912. Recebe um convite para participar do “Jornal do Comércio” onde começa a trabalhar como redator.
Em 1917, conhece Mario de Andrade, e defende Anita Malfatti das críticas de Monteiro Lobato. Participa do primeiro grupo modernista com Mario de Andrade, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto e Di Cavalcanti. De 1917 a 1922, escreve regularmente no “Jornal do Comércio”.
Em 1918 trabalha em “A Gazeta”, em 1919 forma-se em direito e é escolhido como orador da turma. Casa-se com Maria de Lourdes Castro Dolzani de Andrade (Miss Cyclone), seu pai morre em fevereiro do mesmo ano.
Participa da Caravana de Jovens Escritores para promover o modernismo, torna-se líder da campanha preparatória para a semana de arte moderna. Em 1922 participa da semana de arte moderna, integra o grupo do cinco, junto com Anita Malfatti, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral e Menotti de Picchia. Em dezembro embarca para a Europa, começa uma amizade com Tarsila.
No ano seguinte, ganha a custódia de seu filho Nonê. Faz viagens pela Europa e passa pelo Senegal junto com Tarsila. Matricula seu filho em um colégio na suíça. Reside na Europa por um período, junto com Tarsila, depois retorna ao Brasil.
Oswald reside um tempo no Brasil, depois monta um apartamento em Paris, junto com Tarsila, onde reside até 1929.
Em 1925, oficializa seu noivado com Tarsila, se candidata a Academia Brasileira de Letras. Em 1926, após o casamento de Tarsila ser anulado, casa-se com ela em outubro.
Em 1931, se separa de Tarsila, pois tem um caso com Patrícia Galvão (Pagú) com quem se casa no dia 1º de abril de 1930, a cerimônia pouco convencional, foi realizada em São Paulo, no cemitério da Consolação. Mais tarde se casam na igreja. O casal tem uma filho, Rudá Poronominare Galvão de Andrade. Oswald é preso por ameaçar seu antigo amigo, poeta Olegário Mariano.
Em 1931, engaja-se no partido Comunista, começar a escrever mais sobre política. Em 1934, separa-se de Pagú, e engata um romance com a pianista Pilar Ferrer, em dezembro do mesmo ano, assina contrato ante-nupcial em regime de separação de bens, com Julieta Barbara Guerrini.
Em 1936, casa-se com Julieta e se muda para o Rio de Janeiro. Em 1945, nasce sua filha Antonieta Marilia. O biografo é livre docente em literatura brasileira na Universidade de São Paulo. Rompe com o Partido Comunista Brasileiro. Em 1946, assina contrato com o governo do Estado de São Paulo para a realização da obra “O que fizemos em 25 anos”. Em 1948, nasceu seu filho Paulo Marcos. Em 1950 é homenageado pelo automóvel clube, pelo seu aniversário de 60 anos.
Oswald faleceu no dia 22 de outubro de 1954, em sua residência. É sepultado no jazigo de sua família, no cemitério da consolação em São Paulo. Em 1990, no centenário de seu nascimento a “Oficina Cultural Três Rios” passa a se chamar “Oficina Cultural Oswald de Andrade”; é lançado o filme “Cem Oswaldianos” de Adilson Ruiz.
Oswlad escreveu por volta de 38 obras, incluindo romances, peças de teatro, humor, poesias, manifestos, versões e adaptações e publicações póstumas.