Indo contra a maré
Podre Flores. Estudante de Artes Visuais, atualmente mora em Jundiaí. Apaixonado pelo que faz, e por seu apelido original que usa sempre, fincou raízes na arte, e hoje trabalha em uma editora, a Paco Editorial, onde faz capas de livros e projetos gráficos diversos. “O artista pode aplicar suas habilidades no design gráfico, trabalhar como ilustrador, ou dar aulas.”
Para Podre Flores, a graduação em Artes Visuais serviu para ampliar a sua visão, enxergar outras possibilidades do fazer artístico: “Arte não tem regra“. Neste bate-papo que tivemos com Podre, ele fala sobre a área que tão bem conhece, e tudo de novidades que a área de Artes oferece.
Quem é o profissional em Artes Visuais?
É difícil falar de profissionalismo em Arte. Mas, teoricamente, o profissional é o artista, podendo ser pintor, escultor, video maker, etc. Hoje é bem comum vermos artistas de linguagem múltiplas, que não são necessariamente especialistas em uma única linguagem, preferindo mesclar técnicas para criação de suas obras.
Temos nesse ramo também o arte-educador. Aí sim vemos um caminho profissionalizante, que passa pela academia ou cursos específicos. Esse pode dar aula na escola de ensino normal, caso tenha feito uma licenciatura, ou trabalhar em museus, galerias, espaços de exposição, fazendo a mediação entre obra e espectador.
Outra possibilidade no ramo das artes visuais é a de ser curador. Esse profissional é o responsável por montar as exposições.
Quais são os principais tipos de Artes Visuais, e o que tem de novo hoje?
A pintura sempre foi a forma de arte visual mais bem aceita no meio, seguida da escultura. Hoje nós vemos uma boa aceitação da fotografia, do desenho e até o ready-made já é aceito mais facilmente. Uma grande tendência contemporânea é o uso da tecnologia e interatividade nas artes. É comum, no cenário atual, vermos instalações que usam vídeos, sons, softwares, com a intenção de explorar novas possibilidades de interatividade e de experiência para o expectador.
Qual foi estímulo ou motivo pela escolha em Artes Visuais?
Eu, particularmente, escolhi a Arte porque nos deixa mais livres. Arte não tem regra. E quando encontramos uma, somos estimulados a quebrá-la. Trabalhar com Arte é estar sempre em busca do novo, do original, sempre pensando no que está por vir e no que tem além. Em última instância, é ir contra a maré.
Como você analisa o mercado de trabalho em Artes Visuais no Brasil?
Atualmente no Brasil os artistas são razoavelmente valorizados. Tem bastante editais promovidos pelo poder público, em todos os âmbitos: municipal, estadual e federal. Mas ainda é difícil viver apenas do seu trabalho artístico. Ser representado por uma galeria e viver da venda de seus trabalhos é o sonho de qualquer artista, porém só uma pequeniníssima parcela consegue isso.
O jeito é associar a criação de trabalhos autorais com outros que lhe garantam renda. Nisso eu acho que vamos bem. O artista pode aplicar suas habilidades no design gráfico, trabalhar como ilustrador, ou dar aulas.
Qual é o seu objetivo após concluir a graduação em Artes Visuais?
A graduação serviu para ampliar minha visão, me fez enxergar outras possibilidades do fazer artístico e, principalmente conhecer novas pessoas e ideias.
Depois de formado a ideia é continuar a fazer arte, o que é o mais importante, mas me dedicar mais para participar de exposições e passar em editais.
Qual a importância do profissional em Artes Visuais na educação?
A Arte-Educação é o melhor meio, na minha opinião, para um desenvolvimento de um pensamento crítico nos alunos. A arte não é exata, na maioria das vezes não tem certo ou errado. Então, pela arte é possível que os alunos pensem por si mesmo e busquem soluções criativas, no lugar de copiar um modelo.