A fantástica arte de ensinar, entrevista com Ana Paula Melo
- Jorge Bento Rodrigues
- 31 de mar. de 2016
- 3 min de leitura
Dona de um currículo admirável, tanto no quesito acadêmico como também com trabalhos no meio artístico, Ana Paula Rodrigues de Melo, professora há 12 anos em instituições públicas e privadas da região, comemorou recentemente seu primeiro ano de Ceunsp.
Nascida em Pouso Alegre (MG) e atualmente residente em Salto, é coordenadora de um projeto artístico itinerante na cidade, além de participar de um coletivo artístico de alcance internacional. Formada Bacharel e Licenciada em Artes Visuais pela Unicamp, é Especialista em Docência da Arte pela Unesp e está cursando Especialização em Artes Visuais pela Unicamp.
A professora Ana Paula Melo nos conta mais um pouco sobre sua carreira, a influência que seu pai teve em sua escolha em dar aulas, e ainda todos os seus projetos, inclusive um de abrangência continental. Fique com a gente em mais uma semana, de Olho na Arte!

Como a arte entrou na sua vida?
Olha, eu tive um percurso bem interessante, pois cheguei a cursar mais de um ano uma outra faculdade, também na Unicamp, na área de Exatas. Foi um período muito válido, mas o interesse pela arte vem desde sempre. Trago esse olhar desde muito criança e através do estímulo dos meus pais tive a oportunidade de frequentar aulas com a artista Célia Bombana com apenas 10 anos. Também sempre visitava museus e exposições. Assim fui me alimentando ainda mais desse universo. Não consigo viver sem e tão pouco separar as coisas. É uma fonte de interesse inesgotável e uma grande paixão.
Se aventurou em alguma outra área da cultura e das artes?
Sim, tive a oportunidade de me aventurar em alguns projetos ligados à teatro com cenografia e também morei na Inglaterra durante algum tempo, experiência que sem dúvida foi extremamente rica e na qual tive oportunidade de ter uma outra vivência cultural.
Sempre quis dar aula? O que você imaginava para sua carreira?
Sempre tive muita admiração pela profissão. Meu falecido pai foi professor - inclusive chegou a lecionar no Ceunsp de Itu -, e quando iniciei no curso de Artes Visuais, especialmente na Licenciatura, tive professores que apontavam como o universo da educação era desafiador e também fascinante. Não demorei muito para ensinar em oficinas e workshops, e desde aí não parei mais. Quanto à minha carreira, como não tinha quase ninguém na família ligada a essa área, as coisas foram acontecendo e fui entendendo as dificuldades e procurando me destacar. Por este motivo eu ainda me imagino evoluindo nessa carreira e tenho muitos planos.
Participou de algum programa de incentivo à arte, movimento artístico ou mesmo já organizou alguma exposição?
Participei de várias exposições, individuais e coletivas. Em uma destas ganhei um prêmio em Gravura, cujo trabalho tive o prazer de expor aqui na FCAD no ano que passou, em uma
exposição dos professores organizada pela AECA “Espaço Galeria”. Tenho uma pesquisa em Gravura desde 2010 e participo de um coletivo sobre o tema, chamado Relevo, com publicações em países como Brasil, México, Chile e Argentina. Sou coordenadora do Projeto Gravoteca, projeto artístico itinerante, um dos vencedores do Primeiro Edital de Cultura de Salto em 2014.
Quais são seus planos para o futuro?
Meus planos atualmente são conciliar o ensino de Arte com minha produção artística. Também pretendo continuar os estudos na área acadêmica e ter a oportunidade de continuar expondo e levando a linguagem artística, especialmente a da gravura, para outros públicos e das mais variadas formas.
Para todas as pessoas que querem seguir a vida no caminho da arte, você teria alguma dica ou conselho nesse trajeto?
Minha dica é estudar sempre e nunca se acomodar! O artista hoje ocupa um espaço totalmente diferente. Os caminhos são múltiplos, mas existe uma busca por um profissional que não se acomoda em seu “talento”. Aliás, muito pelo contrário! O artista é um profissional dedicado, que conhece muitas referências. O mesmo serve para a Arte-educação. Um artista ensinando arte é fantástico, mas ele precisa conhecer essa linguagem na teoria e na prática.