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O que você sabe sobre William Shakespeare?


É difícil encontrar alguém que não saiba que foi William Shakespeare, não é? Mas será todos sabem desses detalhes sobre ele? Vamos conferir!

William Shakespeare (1564 – 1616) foi um poeta e dramaturgo respeitado em sua própria época, e sua reputação só viria a atingir o nível em que se encontra hoje no século XIX, principalmente com o advento do Romantismo. Desde então sua obra foi adotada e redescoberta repetidamente por novos movimentos.

De suas obras restaram até os dias de hoje 38 peças e vários poemas. Suas peças foram traduzidas para os principais idiomas do globo, e são encenadas mais do que as de qualquer outro dramaturgo. Muitos de seus textos e temas, especialmente os do teatro, permaneceram vivos até aos nossos dias, sendo revisitados com frequência pelo teatro, tv, cinema e literatura. As obras mais conhecidas são Romeu e Julieta e Hamlet, que possui uma das frases mais conhecidas da língua inglesa: To be or not to be: that's the question ("Ser ou não ser: eis a questão" em tradução oficial).

Pode-se dizer que Shakespeare é o um dos primeiros e, muito provalvemente, o maior dos autores do drama moderno. Escreveu dramas e comédias com a mesma maestria, o que lhe garante um lugar único na história do teatro. Essa, inclusive, é uma das características que levam muitas pessoas a duvidarem de que toda sua obra tenha sido escrita por uma única pessoa. Utilizava um teatro ao ar livre, com um cenário fixo, de poucos elementos, e um público em volta. A relação era mantida inteiramente por meio da imaginação.

Sobre Shakespeare, falou Peter Brook, diretor de teatro, os trechos que seguem.

“Shakespeare é um fenômeno, porque sentimos que ele tem uma tal abertura e generosidade em relação ao mundo, que ultrapassa o ponto de vista da a personalidade a um autor. Não é por acaso, que entre todos os grandes autores, Shakespeare seja o mais anônimo deles. Depois de tantos séculos, ninguém conseguiu criar um verdadeiro perfil de Shakespeare, ele permanece um desconhecido.”

Para Shakespeare, o que era o ato de criar? Antes de tudo, ele tinha dentro dele o personagem. Não há nenhum grande autor que começa com as palavras e coloca um personagem por trás. Começa-se com um personagem, numa situação, em ação. Da intensidade da visão deste personagem, como um ser humano em relação intensa, conflituosa, emergem as palavras pronunciadas por ele. O personagem está na origem da ação. Quem cria o personagem? O ator e aqueles que criam com o ator a forma, o diretor e seus colaboradores. É um ponto de partida bastante particular.

Shakespeare, sabendo que o homem – enquanto vive sua vidinha quotidiana, está ao mesmo tempo vivendo intensamente no mundo invisível de seus pensamentos e sensações – desenvolveu um método pelo qual podemos observar ao mesmo tempo o olhar na face do homem e as vibrações em seu cérebro. Podemos ouvir o ritmo peculiar de sua fala e de seu jargão, pelos quais nós o reconheceríamos de imediato como uma personagem da vida real, com um nome, como se a encontrássemos na rua. Mas na rua seu rosto poderia estar impassível e sua boca muda – o verso de Shakespeare empresta densidade ao retrato.

Não vi Shakespeare encenado por portugueses ou brasileiros. Mas quando assisti, há cerca de 50 anos, Shakespeare encenado em Madri, por espanhóis, vi que eles se entregavam aos grandes sentimentos. Não havia pequenos detalhes, pelo pensamento. Havia a paixão dos grandes sentimentos. E isso é uma forma de encenar tipo ópera, que não traduz de maneira fiel o estilo shakesperiano, no qual o pensamento e os sentimentos estão em constante conflito. Mesmo numa só frase há uns vinte detalhes que o ator deve compreender e seguir.”

No dia 23 de abril de 1564, nascia em Stratford, na Inglaterra, William Shakespeare, escritor, poeta e dramaturgo que moldou o homem moderno. Pode até parecer exagero, mas não é. Essa é a tese que o crítico literário Harold Bloom defende. Para ele, somos o que somos hoje graças a obras como "Hamlet", "Romeu e Julieta", "Ricardo 3º", "Sonhos de Uma Noite de Verão", "A Tempestade", "Rei Lear", "Macbeth" e outras 31 peças e 154 sonetos do bardo inglês.

João Cezar de Castro Rocha, professor de literatura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, explica que essa influência vem principalmente de cenas que expõem a consciência dos personagens. Contudo, esse impacto de Shakespeare não está apenas no plano abstrato. "Ele transformou-se numa espécie de linguagem universal, à qual todos recorremos embora muitas vezes não saibamos identificar a origem das expressões que empregamos. A linguagem shakespeariana ajudou a formar a visão do mundo e a expressar sentimentos em diversos idiomas. Nesse sentido, a obra shakespeariana é uma espécie de laboratório da condição humana", diz. Tamanha influência provavelmente só foi possível porque Shakespeare viveu numa época em que o mundo começava a romper com o pensamento medieval, completamente focado em Deus, e passava a colocar o homem, com toda sua própria complexidade, no centro das questões.

O escritor, então, encontrou um vasto universo interno para explorar em cada um de seus personagens. Shakespeare também fomentou – e muito – sua língua-mãe, a inglesa. "Segundo os especialistas e historiadores, Shakespeare contribuiu com aproximadamente 2.000 palavras para o léxico do idioma. Em sua obra, não teria usado menos de 20 mil palavras! Isto é, o teatro shakespeariano ajudou a formar de maneira definitiva a própria língua inglesa. Portanto, quem fala inglês, mesmo sem ter consciência, em alguma medida, fala 'shakespeariano'", explica Castro Rocha.

Shakespeare foi casado e teve três filhos com Anne Hathaway - o nome, a propósito, serviu de inspiração para batizar a atriz de "O Diabo Veste Prada", nascida em 1982. Além de escrever, costumava atuar em algumas de suas peças. Morreu em 1616, mas ainda é fácil encontrá-lo por aí. Só na cidade de São Paulo, há ao menos quatro de suas tramas sendo encenadas ("O Mercador de Veneza", "Ricardo 3º", "Hamlet" e "Sonho de Uma Noite de Verão").

Novos livros sobre o escritor surgem com frequência e até mesmo polêmicas em seu entorno são levantadas ou retomadas, como a dúvida sobre se ele realmente teria escrito seus textos, discutida com profundidade em "Quem Escreveu Shakespeare?", de James Shapiro.

Indo além, Shakespeare serve de ponto de partida até mesmo para encararmos o atual cenário político do país. Castro Rocha explica que, por meio de peças como "Júlio César" e "Medida por Medida" podemos ter a noção da diferença entre interesses privados e públicos, daquele que governa para si mesmo e do que governa para uma nação. Já "Rei Lear" traz uma cena, na qual o rei divide o reino entre suas filhas, que remete à distribuição de benefícios e cargos políticos. Por último, aponta "Ricardo 3º" como uma amostra do quanto o poder atrai as pessoas à procura de privilégios. "A reflexão shakespeariana sobre o poder e a política segue surpreendentemente atual", enfatiza o professor.

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